Fantasia

[CRÍTICA] Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios (Rick Riordan, 2005)

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A mitologia grega é um universo cheio de personagens, histórias e características que a tornam extremamente atrativa para adaptações no mundo da arte — cinema e literatura, por exemplo. Neste livro Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios, primeiro da saga escrita pelo autor Rick Riordan, tentou-se algo até certo ponto inusitado: misturar o mundo antigo do Olimpo Clássico grego com os tempos atuais. Será que essa mistura deu certo? Veremos.

O jovem Percy é um garoto-problema, que já foi expulso de seis escolas diferentes, mesmo tendo apenas doze anos. Após conhecer Grover, que se tornaria seu melhor amigo, e observado de perto por seu professor, Sr. Brunner, Percy descobrirá um fantástico mundo, no qual os deuses do Olimpo existem e influenciam a vida dos humanos, e do qual ele mesmo não só faz parte, como é peça fundamental.

A obra possui seus méritos. O ritmo é bem desenvolvido, e as sequências de ação são bem descritas e dinâmicas. Os personagens têm seu desenvolvimento (na maior parte dos casos), ainda que de forma um tanto óbvia. A criação do universo, em si, também tem potencial. No geral, é um livro bem imaginado e que atende bem ao gênero fantasia. O autor, porém, peca um pouco ao não tornar alguns personagens tão interessantes quanto poderia; e, a partir de certo ponto da história, o desenvolvimento do universo como que se estagna, fica um pouco “preguiçoso”.

O que mais incomoda, tão logo a história toma corpo, porém, são as evidentes semelhanças da história com a saga Harry Potter. Um garoto indesejado (neste caso, não em seu lar, mas nas escolas por onde passa) por ser “diferente”; esse garoto descobre seu dom com o auxílio de um amigo desastrado e não muito talentoso; o “especial” vai, então, para um lugar (escola/acampamento) onde conhecerá mais desse universo e desenvolverá seus poderes. Fora que o trio principal (Percy, o “especial”, Annabeth, a inteligente e talentosa, e Grover, o bobalhão) é exatamente igual ao trio Harry-Rony-Hermione.

No todo, pode-se dizer que a obra agrada e deixa aquele desejo de conferir os outros quatro volumes da série. Em breve pretendo postar minhas considerações sobre os demais livros. A história tem potencial para alçar voos maiores; seria necessário, contudo, uma dose maior de originalidade por parte do autor, que deveria deixar de lado os clichês já bastante explorados em outras obras, para abraçar, com mais intensidade, o universo mitológico que o Olimpo pode oferecer.

Embora não seja original e falte um pouco de qualidade na escrita, Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios é uma boa história de fantasia e aventura que consegue empolgar e prende nossa atenção. Por ser uma leitura leve e descompromissada, é perfeitamente recomendável. Não é um marco da literatura contemporânea, mas vale a atenção do leitor.

Nota: 7,3

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