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[CRÍTICA] Década Perdida: Dez anos de PT no poder (Marco Antonio Villa, 2013)

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Numa democracia, a alternância de poder — ou seja, o revezamento de partidos que controlam o governo de uma nação — é um instrumento fundamental, seja porque evita a concentração de poder em poucas mãos, seja porque traz à baila do poder novas ideias, novas prioridades. O que se viu no Brasil, contudo, foi uma evidente tentativa de manutenção do poder, transformando a coisa pública num feudo privado, submetendo-a a interesses escusos de grupos criminosos que cooptaram agentes públicos e atiraram o país, ainda mais, na lama da corrupção. É claro que estamos falando, sim, da gestão do PT no governo federal.

Nesta obra, o historiador Marco Antonio Villa nos apresenta uma análise dos dez primeiros anos de gestão petista no governo federal brasileiro. Passando pelo dois mandatos de Lula e pelos dois primeiros anos do governo Dilma, o autor nos apresenta os fatos que marcaram o período, demonstrando como a ingerência governamental, a sede pelo poder e a corrupção sistêmica fizeram com que o Brasil perdesse uma “janela” de desenvolvimento, passando, como que em branco, a década de 2000. Continue lendo “[CRÍTICA] Década Perdida: Dez anos de PT no poder (Marco Antonio Villa, 2013)”

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[CRÍTICA] Do Mil ao Milhão (Thiago Nigro, 2018)

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O termo “independência financeira” é quase um fetiche para todo brasileiro. Instintivamente, todos meio que sabemos o que isso significa. Todavia, a maior parte de nós não tem a menor ideia de como atingir tal independência. O senso comum, por vezes, aponta o “caminho das pedras” para se alcançar tal patamar financeiro. O sentimento que fica no ar, contudo, é o desânimo por acreditar que esse cenário é para poucos. Neste livro Do Mil ao Milhão — que traz o subtítulo “Sem cortar o cafezinho”, — Thiago Nigro se propõe a mostrar o passo-a-passo para uma vida financeira bem-sucedida. Muitas vezes, contrariando o já citado senso comum.

Nesta obra, Thiago Nigro, mais conhecido como “O Primo Rico”, traz ao grande público noções importantes a respeito de finanças pessoais, especialmente relativas ao tripé básico de seu ensino: ganhar mais, gastar bem e investir melhor. No livro, o autor desafia o senso comum em matéria de finanças, indo na contramão das típicas recomendações de gerentes bancários, para trazer ao leitor um passo-a-passo para, como sugere o título, sair dos mil reais e galgar os degraus até o primeiro milhão. Continue lendo “[CRÍTICA] Do Mil ao Milhão (Thiago Nigro, 2018)”

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[CRÍTICA] Histórias não (ou mal) contadas – Revoltas, golpes e revoluções no Brasil (Rodrigo Trespach, 2017)

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A História do Brasil, como retratada na maior parte do tempo, e em muitos aspectos, tende mais para um romance épico que para um relato fidedigno dos fatos. A quantidade absurda de distorções dos acontecimentos e personagens históricos faz com que os cinco séculos de Brasil, como o conhecemos, sejam quase como um enigma para o povo que habita este país. Contudo, e com o advento dos meios de informação rápida, uma nova leva de livros e estudos descortina a história do país e lança luz sobre fatos antes envolvidos em escuridão. A presente obra, História não (ou mal) contadas – Revoltas, golpes e revoluções no Brasil, trata precisamente disso.

O Brasil pode ser considerado um país de contradições; e o relato de sua História não poderia ficar de fora desse padrão. Os brasileiros pouco conhecem a história de sua pátria-mãe; porém, se a conhecessem mais a fundo, ficariam assustados com as incoerências dos movimentos, revoluções e governos que se desenvolveram no país, especialmente após a independência. Cabe ao historiador Rodrigo Trespach ajudar a contar mais (e melhor) as histórias desse nosso Brasil. Continue lendo “[CRÍTICA] Histórias não (ou mal) contadas – Revoltas, golpes e revoluções no Brasil (Rodrigo Trespach, 2017)”

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[CRÍTICA] O Espetáculo da Corrupção (Walfrido Warde, 2018)

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Esta é uma obra que tinha tudo para ser um clássico “não-romântico” nacional, por sua temática atual e relevante, e pelo seu potencial de criar, digamos, certa polêmica. O resultado, porém, não poderia ser mais decepcionante: estamos diante de uma obra que, pretendendo ser uma análise apartidária e isenta da crise de corrupção que se abate sobre o Brasil, acaba se transformando em mais do mesmo.

A Operação Lava-Jato é grande conhecida de todos os brasileiros, seja pela publicidade que alcançou, seja pela abrangência de suas investigações e pelas repercussões daí recorrentes. Nesta obra, contudo, se questiona um ponto importante, que pode passar despercebido em análises mais superficiais do caso: será que a citada operação, ao invés de melhorar a situação do país, combatendo a corrupção, não estaria fazendo mais mal do que bem, aprofundando a crise em que vivemos? Continue lendo “[CRÍTICA] O Espetáculo da Corrupção (Walfrido Warde, 2018)”

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[CRÍTICA] O Caso dos Exploradores de Caverna (Lon L. Fuller, 1949)

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A obra que é objeto de comentário da presente crítica traz uma peculiar e interessantíssima questão. Partindo de uma premissa simples, porém cruel, o autor nos leva a um profundo debate a respeito de temas como culpa, crime, exceções, desespero e o que caracteriza o ser humano e a sociedade em si, em momentos extremos, nos quais nunca imaginamos estar presentes. Esta obra é, meus caros, O caso dos exploradores de caverna (Lon L. Fuller, 1949).

Cinco exploradores de caverna sofrem um acidente, no qual ficam presos dentro de uma profunda caverna, bloqueada agora por pesadas rochas. Em seu socorro vem uma estruturada equipe que, mesmo tendo todos o aparato necessário, acaba por perder vários trabalhadores em mais um deslizamento. Dispondo de um rádio comunicador, os exploradores de caverna mantêm contato com o exterior e fazem uma importante pergunta: quanto tempo haveriam de sobreviver sem alimento, naquelas condições? Diante do grave quadro, uma terrível decisão tem que ser tomada: um dos cinco exploradores precisa ser morto, para que sua carne alimente os outros quatro até que o resgate seja realizado. Continue lendo “[CRÍTICA] O Caso dos Exploradores de Caverna (Lon L. Fuller, 1949)”