Ficção Científica

[CRÍTICA] O Restaurante no Fim do Universo (Douglas Adams, 1980)

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Uma trilogia literária composta de cinco livros: tal bizarrice sem sentido não nos surpreende, em se tratando de Douglas Adams. No primeiro volume de sua série, O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams, 1979), ele já havia deixado claro suas intenções: criar um divertido e pitoresco caos literário de proporções galácticas. Aqui, neste segundo volume – O Restaurante no Fim do Universo (Douglas Adams, 1980), ele confirma nossas expectativas: sua mente criativa continua trabalhando a todo vapor.

Arthur Dent, Ford Prefect e os outros continuam sua jornada pelo Universo após a destruição do planeta Terra. Depois de uma alucinante refeição no Restaurante no Fim do Universo, eles partem em busca do homem que de fato governa o Universo, mas acabam encontrando muito mais desafios do que poderiam imaginar.

Volumes anteriores da série:

Este segundo volume da série é, de certa forma, mais sombrio do que o primeiro. Embora mantenha ainda as características marcantes do volume anterior (humor ácido, sarcasmo, crítica às instituições humanas e situações absurdas e nonsense), o seu tom é um pouco mais centrado e, por assim dizer, sério – claro, dentro do padrão Douglas Adams. Essa diferença no tom auxilia um pouco no desenvolvimento linear da narrativa (algo que havia deixado a desejar no primeiro livro), mas acaba tirando um pouco do brilho daquele estilo bizarro que marcou o primeiro volume da série.

Os personagens continuam excelentes (mesmo que Trillian esteja um pouco apagada): Arthur está mais habituado à sua rotina intergaláctica; Ford e Zaphod debatem de igual para igual sobre complexas questões astrofísicas; e Marvin novamente dá um show em suas participações como robô depressivo. Os novos personagens secundários são interessantes e nos brindam com requintes da soberba criatividade do autor – destaque para um astro do rock universal que permanece literalmente morto por um ano (para, isso mesmo, fugir do imposto de renda).

Cabe destacar também o fantástico restaurante que dá nome ao livro, bem como uma hilária sequência em que alienígenas se comportam como típicos terráqueos de nossa época, às voltas com problemas como inflação e decisões governamentais sem o menos cabimento. Todavia, no último terço do livro, a narrativa perde intensidade, fazendo com que o final, apesar de imaginativo, seja pouco empolgante.

O Restaurante no Fim do Universo é um livro divertido, provocativo e que se mostra uma boa continuação para a série, iniciada em um volume anterior. Embora não tão intenso quando o seu antecessor, ainda mantém suas características mais marcantes e nos leva a viajar através de um criativo cenário galáctico que critica a sociedade em que vivemos. Um final pouco expressivo, porém, tira um pouco do brilho desse segundo volume da série de Douglas Adams.

Nota: ✩✩✩

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